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domingo, 12 de junho de 2011

Análise Sintética das 24 Horas de Le Mans

Caros amigos!


          Com a redução da cilindrada dos motores diesel da P1 que agora tem 3,7 litros com turbo liberado em valores mais altos que os anteriores motores de 6 litros, os tempos para a volta no circuito de 13 quilômetros subiram em mais de 7 segundos, entre a pole de 2010 com 3'18" e a de 2011 com 3"25".
 




          As Audi R18, agora totalmente carenados e muito bonitos, surpreenderam as Peugeot na formação do Grid fazendo a pole com o nº 2 pilotado por dois novatos, Lotterer e Treluyer, capitaneados por Fassler que vem da DTM; fizeram também o 2º tempo, restando para o Peugeot nº 9 as horas da casa do Leão com o 3º tempo.
          Aparentemente, uma surpresa, mas na verdade a equipe francesa estava iniciando ali uma nova tática de corrida, fazendo crer que eram mais fracos em 2011 do que em 2010 quando deram uma banho de velocidade nos Audi , mas terminaram com os quatro 918 FAP que estavam na pista, quebrados por defeito no cilindro nº 8( todos eles).
          Mas a verdade é que os 3 Audi's R-18 e os 3 Peugeot's 908 FAP ficaram dentro de 600 milésimos do 1º ao 6º tempo, revelando claramente que não havia superioridade marcante das Audi.
          A quarta 918 FAP TDi que está cedida a equipe Oreca-Matmut, ficou com o sétimo tempo, porém a 4 segundos do Pole, mostrando claramente que fará corrida para chegar.
          Claramente as Peugeot's foram a pista com viaturas mais econômicas o que lhes reduziu um pouco a velocidade final nas grandes retas, possibilitando assim economia de combustível e por consequência menos paradas e menor consumo de pneus: estava assim a Peugeot devolvendo " o remédio amargo" ao Dr. Ullrich da Audi, que havia aplicado nos franceses em 2010, quando sabidamente tinhas as Audi inferior rendimento que as Peugeots e terminaram por fazer 1-2-3 ao final de 2010 e todas Peugeot's quebradas, que haviam confiado na durabilidade que não se confirmou.
          Dada a largada, o que se viu foi a manutenção do Grid, com os 3 Audi's e as 3 Peugeot's abrindo um boqueirão na frente. Notava-se claramente que as viaturas francesas tinham assumido o papel de caçadores: os "caçados" da Audi mantinham um bom ritmo, entretanto a custa de ultrapassagens perigosas sobre a turma GTE-Am que cedo já começaram a levarem volta dos ponteiros.
          Allan Mac Nich, piloto rápido e muito experiente, que já venceu por quatro vezes as 24 de Mans sempre a bordo das Audi, era entretanto o mais afobado de todos, tanto que com apenas 1 hora de corrida, protagonizou um espetacular e perigoso acidente, quando precipitadamente em curva de alta ultrapassa numa verdadeira "enfiada" seu companheiro de equipe Fassler, que aguardava o final da curva para ultrapassar uma Ferrari da GTE e mais um pouco a frente dois Porsches, e acerta violentamente a Ferrari, e se escapasse da Ferrari, "encheria a traseira" do Porsche: a consequência foi a saída de pista de Mac Nich e uma espetacular cacetada nas latas, quase voando por cima delas e se acontecesse seria uma tragédia, pois aterrissaria sobre fotógrafos e auxiliares.
          O Audi nº 3 foi se desmanchando e capotando por cima dos pneus de proteção e das latas, até parar completamente destruído: sorte e graças a resistência das estruturas, o piloto sai do acidente, meio tonto, meio dolorido( amanhã estará todo roxo e dolorido), mancando, mas vivo.
          Herr Commandant Ulrich perdia a terça parte de sua " Panzer Divisionen" que havia levado a "blitzkrieg" de Mans.
          Depois da entrada do Safety Car que deu muitas voltas a frente dos participantes até que retirassem o Audi e concertassem as latas, é reiniciada a corrida sempre com duas característica: os R-18 e os 908 Fap andando sempre na mesma volta, e quando muito quando acontecia o atraso de uma volta para algum, logo a seguir recuperava com a parada do ponteiro, e a alternância no primeiro posto entre as marcas.
          Assim segue a corrida, até que na 9ª hora de prova a Audi é novamente abalada com outra cacetada, desta vez tendo como protagonista o Audi nº 1 do germânico Mike Rochenfeller, que após atropelar outra Ferrari, sai da pista rodando e se estatela violentamente nas latas, causando alguns ferimentos no piloto e causando quase uma hora de Safety Car para consertos e atendimentos.
          Perdia o Dr. Ulrich mais uma terça parte da sua força.
          Com este fato sobra somente uma Audi que duela valentemente com as Peugeot pela ponta.
          Ao final das 12 primeiras horas a viatura nº 2 da Audi, tendo Fassler como líder, emplaca a primeira posição, mas com as três 908 Fap nas suas pegadas, na mesma volta.
          Fica evidenciado entretanto, que a única Audi virou "caça" e que deve se avizinhar a " hora do ataque" da Casa francesa que tem 3 viaturas para arriscar uma tocada forte.
          Fato estranho é que novamente o trio mais rápido das 908 Fap, formado por Minassian-Sarrazin( este um baita bota) e Montagny, novamente este ano tiveram problemas elétricos e se atrasaram aos demais, ocasionando por vezes nas planilhas aparecerem com uma volta a menos por pouco tempo.
          Outro fato notável é que a Audi restante fez nestas 12 horas iniciais, 02 paradas a mais dos que todos as Peugeot's, e por consequência tem que atropelar o passo para recuperar os tempos a mais perdidos em mais duas paradas que a concorrência, desgastando visivelmente o fôlego da viatura e gastando mais pneus.
          Entretanto, como dia o Mestre de Balcace, JUan Manoel Fangio, que "carreras son carreras" não se surpreendam se o único Audi sobrevivente da " Panzer Divisionen" chegar ao fim "entreverado" com os Peugeot's.
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          A Nissan, desta vez na P2, volta a competir poderosamente depois de 20 anos quando venceu a P1 em 1993: desta feita com duas versões de motorização diferentes, que se revezam na ponta da categoria.
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          Este ano foi criada a categoria GTE-Pro que engloba as antigas GT1 e GT2 onde reune marcas poderosas como a novíssima Ferrari 458 Itália, as Corvettes C06Z, os Porsches 911 RSR que na verdade são os avançados 997 e novamente as esperadas BMW M3 GT, que novamente estão decepcionando, pois esperava-se melhor desempenho.
          A Corvette de Olivier Gavin colocou a mão da ponta, sacou uma volta da Ferrari de Fisichella com a 458 Italia que tem o apoio oficial da Casa de Modena, e controla a corrida; em terceiro outra Corvette, seguida de duas Porsches e a primeira BMW com o brasileiro Farfus de líder da equipe vem tres voltas atrás do líder da categoria em 6º lugar: se a BMW está esperando atacar as Corvettes no final da corrida, tem que começar agora, pois Corvettes são osso duro de roer e a vantagem de uma motorzão com potência reduzida para se enquadrar na GTE, mas ainda assim motorzão.
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          Por fim também criada uma categoria GTE-Am que aproveita as sobras como a Ferraris F 430 que cederam lugar para as 458 e outras espécimes como a sobra de Corvette e de Porsches. Nesta categoria, que desconfio que seja para atraírem equipes e pilotos norte americanos, ao meu ver é um desastre , tendo em vista a tremenda diferença de velocidade, o que aliás foi a causa dos dois acidentes com os Audi r-18 que literalmente atropelaram as Ferraris F 430 desta GTE-Am.
        O ponteiro desta categoria, um Porsche 997 de uma ótima equipe que Flying Lizard está atrasada 27 voltas em relação ao ponteiro da P1 após estas primeiras 12 horas.
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          É isto aí, caros amigos; voltaremos ao final das 24 horas.
          Roberto Giordani.

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