O que ocorreu?
Bruno Junqueira, piloto brasileiro, da equipe de A.J.Foyt Enterprises, que tem como companheiro o também brasileiro Vitor Meira, obteve a posição 19 no grid para a prova deste domingo.
Ryan Hunter-Reay, piloto americano, da equipe Andretti Autosports, não conseguiu classificação - pelo menos através de seus próprios méritos ou dos deméritos de seu carro.
Michael Andretti, "principal" da equipe Andretti Autosports, provavelmente acompanhado de Mario "Pappa" Andretti, dirigiu-se ao antigo companheiro A.J. Foyt e simplesmente ofereceu a invejável quantia de US$ 500.000,00 pela vaga obtida pelo carro numero 41 de Bruno Junqueira, colocando assim, Ryan entre os 33 que largarão.
E como pelas regras da Indy, o que classifica é o carro e não o piloto, Bruno Junqueira assistirá a centésima edição da tradicional prova do automobilismo mundial das arquibancadas e não mais "onboard".
Abaixo trancrevemos comentário de um Jurássico, sob autorização do mesmo, há tempos indignado com o que ocorre no automobilismmo mundial (leia-se F1 e Indy... por enquanto).
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" Embora de natureza diversa que me rebelo com o que está ocorrendo na Fórmula 1, a minha irresignação se dá porque não existem mais corridas de automóvel : existem espetáculos fajutos em que somente o dinheiro é o que vale e onde sepultaram valores como dignidade e talento dos pilotos, vergonha e respeito ao apreciador, e pior : estão escarnecendo de quem realmente entende de automobilismo ( que são muito poucos ) e enganando uma multidão de incautos que acredita estar vendo um espetáculo sério, que na verdade se tornou uma ópera bufa.
Entendo que o mundo está voltado para este alinhamento, e por mais explicações que me dêem dizendo isto e que não fora esta forma, não haveria esporte, eu não concordo, pois o esporte está assim como está porque um grupo de safados se apossou deste esporte inclusive no Brasil, assim como de outros esportes, e fez dele o instrumento de suas ganâncias, não interessando se para chegar a tanto tivessem que sepultar os valores acima citados, principalmente os pilotos.
Esta gente, formada por dirigentes de entidades oficiais ou particulares e até mesmo donos de equipes se tornaram tão inexpugnáveis e insensíveis que não dão a mínima para o que está ocorrendo ou para algumas poucas vozes que se insurgem, preocupando-se apenas em "ajeitar as coisas" quando sentem que estão sendo arranhados nos seus bolsos por falta de audiência na TV.
Só existe uma força no mundo que pode mudar isto: a mídia. Não sei também até que ponto interessa à mídia, chamar a atenção de público e de patrocinadores para aberrações como estas em todo mundo, pois ela mesmo está se beneficiando financeiramente com isto.
Não é preciso andar muito : é só voltarmos nossos olhos para o nosso querido Tarumã, onde um cidadão de apelido estranho se proclama "dono do autódromo" e faz nele o que bem entende, mas não para o bem do automobilismo de competições oficiais: não é para menos que em breve Tarumã se tornará um viveiro de moscas, porque os grandes eventos já saíram de lá, restando somente o Marcas e Pilotos e as 12 Horas que já está claudicando também.
Se realmente Tarumã não é mais patrimônio do ACRGS ou sobre ele não tem mais domínio, esta quase centenária entidade que foi presidida por ícones do automobilismo como Rimoli, Pedro Carneiro Pereira e Antonio Pegoraro entre tantos abnegados presidentes, que entregue a área ao "novo proprietário", mas não o nome, e saia em busca de nova área e de um novo Tarumã, pois este nome e o que representa, que nas palavras de Cezar " Bocão " Pegoraro diz que " Tarumã tem alma " não pode ficar refém e à mercê dos interesses exclusivos de terceiros que não sejam objetivos do ACRGS.
Nossa sorte é que existe o Velopark e os autódromos de Guaporé e Santa Cruz para manterem vivos os valores do automobilismo rio grandense e receberam competições nacionais e internacionais.
O Autódromo de Tarumã foi feito com o esforço hercúleo de muitos no passado, e é destinado a " CORRIDAS de AUTOMÓVEIS " onde equipes e pilotos se apresentam em competições para um público apreciador das mesmas e não para "cancha reta".
Perdoem meu desabafo, mas já vi e vivi tanta coisa bonita e agradável nestes meus mais de meio século de automobilismo de competição, bem como já estar muito velho para ficar calado diante desta nojeira, é que assim me manifesto.
Conhecem um centenário ditado que diz : " Enquanto os cães ladram, a caravana passa " ...........? .. é assim que estou me sentindo: alguém que reclama e expoe seus sentimentos em relação ao que está ocorrendo, enquanto os fatos continuam ocorrendo e passando em frente aos nossos olhos sem que nada aconteça...
Um grande e alegre abraço a todos confrades e amigos.
Roberto Giordani.
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