Este blog destina-se ao contato entre pilotos da "velha guarda", preparadores e simpatizantes, à publicação do Jurassic News e para troca de comentários e emissão de opiniões pessoais.



















quinta-feira, 15 de abril de 2010

LE MANS - COMENTÁRIO



          Meus amigos :
          Um fato que realmente me agrada é comentar tecnicamente as corridas, evidentemente, naquilo que se tem ao alcance para faze-lo.
          Para minha alegria, achei este vídeo SENSACIONAL que é a largada de Le Mans 2009.
          Agora o que desejo comentar com os amigos:
          No artigo que foi ao ar no nosso Blog a respeito da Preparação para Le Mans 2010, comentava que as R-15 tinham levado uma surra e um dos motivos era a perda da velocidade final em 08 Km/h para as concorrentes 908 e Aston Martin-Lola.
          Abram o vídeo da largada de 2009 e reparem que a Audi perde logo a posição de pole, passando a R-15 do MacNich, que pega forte, a assediar a 908 do Minassian para impedir que esta última entre na reta de Mulsanne na sua frente; não consegue!
          Vejam o que acontece aos 00:59 segundos de vídeo, quando entram em Mulsanne!
          Recordando, Mulsanne tem 2 chicanes colocadas mais ou menos em cada terço do total, fazendo assim que a reta fique dividida em 3 terços.
          Então: a 908 (1º) do Minassian entra na frente com a R-15 (2º) do Mac Nich colada na traseira e o que acontece? A 908 se manda e deixa a Audi encrencada já com a 2ª 908( 3º) do Sarrazin que já vinha fungando no cangote do escocês, já na chegada da 1ª chicane.
          No segundo terço da reta o Minassian abre mais ainda e o "bota" Sarrazin passa gloriosamente o escocês da Audi; vem o terceiro terço e por pouco o terceiro 908 com Marc Genè não faz o serviço no R-15.
          É bom esclarecer que em cada terço as máquinas chegam às suas velocidades finais, pois cada uma ficou no mínimo com 2 quilômetros de extensão.
          Enquanto o Mac Nich perdia posições as outras duas R-15 amargavam uma sexta e um oitava colocações.
          Porque tanta importância para a primeira volta se tem 24 horas pela frente; não é novidade que dar a primeira volta na frente é uma "glória" particular(inexplicável, mas verdadeira) e em Le Mans isto é elevado a potência máxima.
          Querem um exemplo? O infelizmente já falecido e simpático Aldo Costa, nas 1ª 12 Horas de Porto Alegre em Maio de 1962, fica "malandramente" sentado ao volante da sua Simca na posição 1 diagonal à pista, com os mecânicos "consertando" alguma coisa no motor; dada a largada, os meca's batem o capô e o Aldo arranca doidão na frente, dando triunfalmente a primeira volta "forgadito no más" na frente.
          Enquanto viveu, o baixinho negou a malandragem, mas curtia e contava as glórias de ter dado na frente a volta inaugural das 1ª 12 horas.

          É isto aí...

          Um grande abraço.

         
          Aqui, uma "palhinha" do circuito com Mulsanne sem as 2 chicanes... O Porsche fica acelerando com pé em baixo mais de 1 minuto...Que coceira hein???



LEMANS  - STEVE MCQUEEN x LEWIS HAMILTON

Fórmula 1 - Um negócio complicado

     É comum lermos entrevistas com pilotos.
     São heróis e sem eles o circo da Fórmula 1 não teria charme. Nós os admiramos por ultrapassagens dificílimas em velocidades assustadoras.
     Do lado esportivo lemos muito, mas raramente lemos algo sobre administração da Fórmula 1 bem como dos milhões que a atividade gera.
     São dezenove Grand Prix por ano... que aos poucos estão se mudando para o leste, Ásia se quiserem.
     Qual é a graça da Fórmula 1 no leste? Quantos lá conhecem o assunto?
     Ao mesmo tempo é um assunto que os especialistas discutem, ponderam e repetem.
     Nas provas asiáticas temos nos boxes as mesmas pessoas de sempre, mas Padoc e arquibancadas vazias. Portanto, repasso a vocês parte de uma entrevista com Frank Willians que nunca fez outra coisa a não ser pilotar, organizar e dirigir a si próprio e ao seu "team".
     Conheci Frank Willians na década de 70 com os "Metralhas"( apelido carinhoso aos dois irmãos Fittipaldi).
     Já tinha um " team" na Fórmula 2 e no ano seguinte passou para a F1 com muito sucesso graças ao patrocínio dos Emirados ou dos Malaios ( Petronas) , não lembro , mas o sponsor no caso é secundário.
     Era um bom praça, e um dos poucos do circo que falava italiano, o que na época nos aproximou.
     Hoje mesmo em uma cadeira de rodas, vítima de acidente em uma auto-estrada ainda comanda o Willian´s team.
     Esta entrevista foi publicada no Estadão por ser muito elucidativa, em termos de meandros, cifrões, potencia e talento. Publico uma parte, já com agradecimentos ao Estado de São Paulo.

     Veja o que ele diz:
1-O que é realista esperar da Williams este ano?
     Não há milagres na Fórmula 1. Nosso orçamento é pequeno quando comparado aos quatro times que vão lutar pelo título (McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes). Nossa meta é ser a primeira equipe fora dessas quatro, portanto terminar o Mundial de Construtores na quinta colocação.
     É simples. Tenho hoje menos dinheiro não faço um carro vencedor, não atraio os melhores pilotos.
     Tenho hoje menos dinheiro e com menos dinheiro conquisto menos resultados. Com menos resultados consigo menos dinheiro.
     É um ciclo. A perda da BMW em 2005 foi um duro golpe. Hoje pago pelos motores e não são os melhores da Fórmula 1.
2-Estar associado a uma montadora é essencial para fazer sucesso na Fórmula 1?
     As coisas estão mudando, há menos montadoras na Fórmula 1 mas um time com potencial para ser campeão é privado, a Red Bull é privado, mas tem um orçamento enorme.
3-A sua energia na liderança Willians é visível, mas não pensa em parar?
     Uma hora vai acontecer. Estou aqui porque amo o que faço. Bernie Ecclestone vai completar 80 anos e não parece da mesma forma perto do fim.
     E quando ele deixar a competição, a Fórmula 1, bem como a Williams, não vão acabar. Tenho profissionais que já cuidam, hoje, da sequencia de nossa história.
4-Como o senhor imagina a sequencia do campeonato e o que acontecerá com o alemão Schumacher?
     Vettel para mim é excepcional. Se tivesse dinheiro e um carro vencedor é o piloto que gostaria de contratar. Tem grande possibilidade de ser campeão. Alonso é um matador, como Mansell. Tenho grande admiração por ele. Felipe Massa é o piloto mais fácil de ser subestimado. O que é um erro.
     Schumacher já entendeu que terá de usar sua experiência como forma de compensar aquele milésimo de segundo que provavelmente já não tem mais, o que é natural. E ele é capaz disso.

Abraços a todos

Flavio Del Mese

quarta-feira, 14 de abril de 2010

LE MANS 2010 - A Preparação


          Sem dúvidas, a corrida de 24 Horas de Mans, organizada pelo Automobil Club D'Oest, é tão atraente como as provas do Mundial de Fórmula 1.
          As 24 Horas são disputadas no mês de junho de cada ano, sempre em homenagem a data nacional francesa de 14 de Junho.
          Entretanto, as equipes principais que lá competem, iniciam seus trabalhos preparativos tão pronto se aproxime o final do ano que precede a nova edição; tanto assim, que a Casa das argolas das quatro irmãs, a Audi, preocupou-se em rever todo projeto aerodinâmico e mecânico, para sanar os defeitos apresentadosem 2009.
          Audi é dirigida em competiçoes pelo competente Dr. Ullrich, levou uma surra dos 908 FAP Tdi da Casa do Leão francês, a Peugeot, na estréia dos flamantes modelos R-15, que só não foi pior porque o "pilotaço" Kristensen da Audi, multi vencedor da prova, conseguiu segurar um terceiro lugar ao final,
          A prioridade de buscar correções, dada a aerodinâmica dos R-15, era justificada pela falta de velocidade final em comparação com as 908 FAP, como também em relação as Lola-Aston Martin, em cerca de 08 Km/h menor; ora, esta diferença em uma pista que tem uma reta longa de nome Mulsanne, com duas chicanes implantadas, ainda é decisiva para os tempos de volta.
          Paralelo a tudo isto, o Dr. Ullrich ampliou o apoio à equipe Kolles a quem entregou os R-10, ancestral próximo dos R-15, com a missão desta ser a testadora de desenvolvimentos para os novos modelos e fazer comparações com os concorrentes, quando os R-15 não se inscreverem na competição.
          A Peugeot, apesar de fazer a dobradinha vencedora, repensou toda a viatura e teve uma medida semelhante já no ano de 2009, entregando uma unidade do 908 a equipe Pescarollo, que não se deu bem com as viaturas diesel da Peugeot; para 2010 a entrega de uma viatura foi feita a equipe francesa Oreca-Matmut; junto, enviou o seu maior "bota", Sarrazin, que detém a melhor volta para Le Mans, conseguida na edição de 2008, e tão somente dois segundos melhor que o recorde anterior que perdurou 28 anos, desde a formação do grid do longínquo 1970, quando o famoso Porsche 917 LH da Casa austríaca de Salzburg além da pole, cravou também a velocidade recorde ao final de Mulsanne (à noite) de 398 KM/h; falam alguns que teria sido 403 Km/h., pois teriam sido compensados números da velocidade do vento.
          Isto posto, o que fazem as equipes?
          Aproveitam provas da ALMS (americana) e da ALM (européia) para medirem forças antes do embate final que é Le Mans.
          Para 12 Horas de Sebring (ALMS) a Audi foi com tudo novo nos R-15 que passaram a ter o sufixo Plus (R-15 Plus) e venceu folgadamente, só que a Peugeot não apareceu com seus 908.
          Em contrapartida, a Peugeot, nas 8 Horas de Le Castellet, por intermédio do 908 FAP que cedeu à equipe Oreca-Matmut, aceitou o desafio do confronto com os R-15 Plus e perde, dando sinal vermelho para o confronto maior em Le Mans.
          Por enquanto vamos ficando por aqui; na próxima, falaremos também da GT2, onde o bravo piloto brasileiro Melo (venceu Sebring 2010) já está medindo forças com sua Ferrari 430 (Viva L'Italia), agora não somente contra os Porsches 997 RSR, mas contra duas poderosas máquinas que se inscreveram na GT2, as BMW M3 e as Corvettes C6 que foram adaptadas para a GT2.

          Até a próxima.

          Roberto Giordani.

F1 - GP China 2010

Companheiros:


Os treinos e corrida que a SporTV e Globo deverão transmitir serão, no horário de Brasília :

Quinta Feira 15 de abril
- 1º Treino - 23:00 (SporTV)
Sexta Feira 16 de abril
- 2º Treino - 03:00 (SporTV)
Sábado 17 de abril
- 3º Treino - 00:00 (SporTV)
- Classificação - 03:00 horas. (Globo)
Domingo 18 de abril
- Corrida - 04:00 horas. (Globo)

Mais informações em:
http://www.formula1.com/races/in_detail/china_827/circuit_diagram.html
http://f1.com/

domingo, 11 de abril de 2010

Palhaçada

          Olá meus caros amigos!
          Como se já não bastasse ter que aturar o Sr. Galvão Bueno na F1, com o apoio da Rede Globo, esta, agora nos faz de palhaços anunciando a transmissão da Etapa de Curitiba da Stock Car, e faz outra coisa.
          Transmite 2 voltas e depois passa a um programa de futebol, como se já não bastassem programas de futebol aos montes, quitando a chance de podermos acompanhar as voltas seguintes.
          Retorna quase ao final da corrida, com um papo furado tentando justificar esta verdadeira palhaçada, e ainda termos que suportar as chatices dos comentários numéricos do Reginaldo Leme. Isto é molecagem!!!
          Não adianta repetirem depois em VT; o que vale é a emoção do momento.
          Perdoem minha irresignação, mas estou muito velho para fazer papel de palhaço deste circo idiota que a Rede Globo impõe pela sua audiência em intermináveis novelas e outros "instrutivos" programas como BBB.,para mim chegou.

Roberto Giordani.

TRADUTORE I TRADITORE

          Quem desconhece que " il popollo italiano" é sensível, apaixonado, gosta de ídolos, adora futebol e a FERRARI?
          Todos sabem o que "sofrem" e reclamam quando seus ídolos, sua equipe de futebol ou a Ferrari não estão bem.
          Os fatos a seguir, são o puro reflexo desta paixão.
          Iniciamos focando a Casa de Maranello e o povo peninsular itálico, cujo o cenário está localizado no início dos anos 90, quando o competente francês, hoje presidindo a FIA, Monsieur Jean Todt, foi contratado em 1993 pelo "Capo" Luca de Montezemolo da Fiat e da Ferrari, para conduzir os destinos do Cavallino Rampante, abalado por uma seqüência de anos de insucessos. Não conseguiu demonstrar toda sua capacidade, mas assim mesmo, pôs um pouco de ordem na Casa e acalmou parte da passional mídia italiana.
          E aí, veio o seu maior lance: contratou a peso de ouro o já bi campeão mundial Michael Schumacher, que trouxe a tira colo Ross Brawn; o que sucedeu a seguir todos conhecem.
          Schumacher, com seus feitos vitoriosos, conseguiu se tornar o " Tradutore" que significa " tradutor", de todas vitórias e sucessos que a Ferrari passou a ostentar; devolveu a alegria e a confiança ao "popollo" amante do automobilismo, recompôs o orgulho da Casa de Maranello e seus fiéis seguidores, e por onde passava dentro da Itália era reverenciado como seu ídolo máximo.
          Veio o afastamento das pistas, como se aposentadoria fosse; mesmo assim Schumacher continuava sendo o ídolo ferrarista.
          No ano passado entretanto, vieram os fatos que iniciaram a mudar esta imagem.
          Os olhos da Itália voltaram-se esperançosos para o ídolo germânico, quando aconteceu o afastamento forçado de Massa causado pelo azar; mais, as atuações do instável e complicado Raikonen; mais, o desânimo da equipe já com bate-bocas internos.
          Assim, esperaram ansiosos que Schumi voltasse ao cockpit de uma Ferrari, depositando nele a confiança de por ordem na Casa e até mesmo de vitórias na F1.
          Só que os italianos esqueceram um detalhe: a Ferrari F1 de 2009, com a mudança acentuada das normas do Regulamento não era uma viatura de ponta, apesar dos esforços titânicos do Massa e do Raikonen para assim não deixar parecer; só que o Schumacher sabia da realidade e não quis arriscar seu prestígio em uma máquina que não era vencedora.
          Veio 2010 e em poucas jogadas, a Brawn com chefe Ross e tudo são vendidas para a Mercedes que relança, as " Flechas de prata" e escolhe pilotos germânicos para pilotarem suas máquinas.
          Nico Rosberg é imediatamente contratado, e Michael é convidado para uma entrada triunfal na casa da Mercedes onde recebeu apoio no início de sua carreira.
          Schumacher, doidinho que estava para voltar a pilotar um monoposto da F1, faz um pouco de "repulego doce" para aceitar, mas aceita.
          E aí, parte da mídia e do "popollo" italiano que o veneravam, sentiram-se traídos pelo hepta campeão, pois imaginavam que seus jurados amores pelo Schumi, fossem suficientes para o alemão não trocar a carenagem " rossa" da Ferrari pela "prata" da Mercedes.
          Mas trocou, deixando um sabor amargo em grande parte dos atuais moradores da terra dos Cézares, a ponto da mídia dar-lhe o maldoso epíteto de "Traditore" ou seja : traidor.
          Se olharmos friamente, Schumacher não tinha outro procedimento a fazer; primeiro, porque estava sendo oferecido a ele um posto de piloto de F1 em uma equipe que poderá ser em breve, de ponta; segundo, se aceitasse voltar a pilotar uma Ferrari criaria uma situação difícil para a permanência de Felipe na Ferrari, pois o Alonso já estava contratado; terceiro, teria que enfrentar uma parada indigesta com o Alonso de companheiro de equipe, e assim, não teve outra saída.
          Único (e grave) procedimento que faltou, pelo menos não tenho conhecimento que tenha sido feito, é ter ele, Schumacher, chamado a mídia e colocar a verdade a quem o tinha por ídolo.
          Mas, em breve a Itália o terá substituído por outro destaque; o insubstituível é a paixão pelas máquinas da Casa de Maranello, a Ferrari!!!