Antes para sediar uma corrida recebiam ao redor de 30 milhões, hoje 45 milhões para as novas corridas como Abu Dhabi e Singapura.
Tiveram que aumentar os preços dos melhores ingressos para uma média de 722 dólares, 50% a mais do que três anos atrás e a freqüência caiu.Em Barhein, por exemplo, só o que se via nas arquibancadas eram alguns funcionários desinteressados do espetáculo. Para eles, seria mais interessante uma corrida de camelos. Não é melhor nem pior, é da sua cultura. Mas para os promotores isto não importa. A diferença é paga pelo governo que vê o seu país ser envolvido por uma publicidade mundial.
O exemplo mais recente é Singapura que poucos sabiam onde era e após a 1ª corrida noturna todo mundo ficou sabendo. Convém lembrar que a prova arrecadou 51 milhões e o custo foi de 100 milhões como ressalta a Fórmula Money. O governo colocou os 59 milhões que faltava.
Aliás, dinheiro é a única razão pela qual a Fórmula 1 está se mudando para a Ásia.
Quando começou na década de 50, era alguma coisa européia, carros europeus guiados por europeus e olhados por outros europeus.
As pistas de Monza e Silverstone eram cheias de solavancos e Nürbugring era tão complicada com suas 187 curvas que Jackie Stewart (3 vezes campeão mundial) ao sair de sua casa para competir lá olhava para trás demoradamente para o caso de não voltar a vê-la.
A pista foi "remodelada", mas está fora do circo da F1.
Em compensação, Abu Dhabi está, depois de gastos 1 bilhão na construção da pista e 39 bilhões na infraestrutura ao redor.
Hotéis, campo de golfe e o mundo da Ferrari, um parque temático, tipo Disney World, com tudo que você pode imaginar de tecnologia de velocidade. Só para ter uma idéia, o " roller", aquela geringonça pendurada, faz você andar a 200 kms por hora, o que provavelmente seja mais excitante que uma prova com arquibancadas vazias.
Além disso, as novas pistas estão muito mais seguras, tanto que de 1994 até hoje não morreu mais ninguém.
A temporada começou há tempo, mas apenas oito provas serão na Europa.
A França, por exemplo, há muito tempo não tem o seu GP, o que não muda nada, pois está se tornando cada vez mais um esporte para televisão.
No ano passado 1/3 dos espectadores eram da China e Brasil. A Índia e a Rússia estão pleiteando uma prova. Por que? Para quem? Resposta: Porque estes são os mercados que as grandes empresas querem alcançar.
Até o Chad Hurley, fundador do YouTube, está botando dólares na F1, que vive hoje da mística do esporte e das glórias do passado.
Quem diz isso é Martin Brundle, ex piloto e hoje comentarista: ..."é frustrante ir a todos estes lugares que não tem nenhum conhecimento do que é F1.