Este blog destina-se ao contato entre pilotos da "velha guarda", preparadores e simpatizantes, à publicação do Jurassic News e para troca de comentários e emissão de opiniões pessoais.



















domingo, 11 de abril de 2010

TRADUTORE I TRADITORE

          Quem desconhece que " il popollo italiano" é sensível, apaixonado, gosta de ídolos, adora futebol e a FERRARI?
          Todos sabem o que "sofrem" e reclamam quando seus ídolos, sua equipe de futebol ou a Ferrari não estão bem.
          Os fatos a seguir, são o puro reflexo desta paixão.
          Iniciamos focando a Casa de Maranello e o povo peninsular itálico, cujo o cenário está localizado no início dos anos 90, quando o competente francês, hoje presidindo a FIA, Monsieur Jean Todt, foi contratado em 1993 pelo "Capo" Luca de Montezemolo da Fiat e da Ferrari, para conduzir os destinos do Cavallino Rampante, abalado por uma seqüência de anos de insucessos. Não conseguiu demonstrar toda sua capacidade, mas assim mesmo, pôs um pouco de ordem na Casa e acalmou parte da passional mídia italiana.
          E aí, veio o seu maior lance: contratou a peso de ouro o já bi campeão mundial Michael Schumacher, que trouxe a tira colo Ross Brawn; o que sucedeu a seguir todos conhecem.
          Schumacher, com seus feitos vitoriosos, conseguiu se tornar o " Tradutore" que significa " tradutor", de todas vitórias e sucessos que a Ferrari passou a ostentar; devolveu a alegria e a confiança ao "popollo" amante do automobilismo, recompôs o orgulho da Casa de Maranello e seus fiéis seguidores, e por onde passava dentro da Itália era reverenciado como seu ídolo máximo.
          Veio o afastamento das pistas, como se aposentadoria fosse; mesmo assim Schumacher continuava sendo o ídolo ferrarista.
          No ano passado entretanto, vieram os fatos que iniciaram a mudar esta imagem.
          Os olhos da Itália voltaram-se esperançosos para o ídolo germânico, quando aconteceu o afastamento forçado de Massa causado pelo azar; mais, as atuações do instável e complicado Raikonen; mais, o desânimo da equipe já com bate-bocas internos.
          Assim, esperaram ansiosos que Schumi voltasse ao cockpit de uma Ferrari, depositando nele a confiança de por ordem na Casa e até mesmo de vitórias na F1.
          Só que os italianos esqueceram um detalhe: a Ferrari F1 de 2009, com a mudança acentuada das normas do Regulamento não era uma viatura de ponta, apesar dos esforços titânicos do Massa e do Raikonen para assim não deixar parecer; só que o Schumacher sabia da realidade e não quis arriscar seu prestígio em uma máquina que não era vencedora.
          Veio 2010 e em poucas jogadas, a Brawn com chefe Ross e tudo são vendidas para a Mercedes que relança, as " Flechas de prata" e escolhe pilotos germânicos para pilotarem suas máquinas.
          Nico Rosberg é imediatamente contratado, e Michael é convidado para uma entrada triunfal na casa da Mercedes onde recebeu apoio no início de sua carreira.
          Schumacher, doidinho que estava para voltar a pilotar um monoposto da F1, faz um pouco de "repulego doce" para aceitar, mas aceita.
          E aí, parte da mídia e do "popollo" italiano que o veneravam, sentiram-se traídos pelo hepta campeão, pois imaginavam que seus jurados amores pelo Schumi, fossem suficientes para o alemão não trocar a carenagem " rossa" da Ferrari pela "prata" da Mercedes.
          Mas trocou, deixando um sabor amargo em grande parte dos atuais moradores da terra dos Cézares, a ponto da mídia dar-lhe o maldoso epíteto de "Traditore" ou seja : traidor.
          Se olharmos friamente, Schumacher não tinha outro procedimento a fazer; primeiro, porque estava sendo oferecido a ele um posto de piloto de F1 em uma equipe que poderá ser em breve, de ponta; segundo, se aceitasse voltar a pilotar uma Ferrari criaria uma situação difícil para a permanência de Felipe na Ferrari, pois o Alonso já estava contratado; terceiro, teria que enfrentar uma parada indigesta com o Alonso de companheiro de equipe, e assim, não teve outra saída.
          Único (e grave) procedimento que faltou, pelo menos não tenho conhecimento que tenha sido feito, é ter ele, Schumacher, chamado a mídia e colocar a verdade a quem o tinha por ídolo.
          Mas, em breve a Itália o terá substituído por outro destaque; o insubstituível é a paixão pelas máquinas da Casa de Maranello, a Ferrari!!!

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