ENCONTRO E POESIA

          Caros Confrades e amigos !

          Com muita alegria e descontração na manhã desta quarta feira (09/11/11), Victor Steyer, Nico Monteiro, Chico Feoli e eu, fomos recebidos para um excelente almoço no sítio da sempre simpática e atenciosa família do Carlinhos Andrade, com o Né e esposa nos apresentando seu "filhote" de apenas 3 meses, mas já atento à visão das viaturas Audi da Categoria que estão sob a administração dos Andrade.

          Para "variar" o papo rolou firme do assunto máster de todos nós : automobilismo de competição, suas figuras e suas viaturas.

          Após o almoço, acompanhados do Carlinhos, Né e também do Tiel, visitamos as oficinas da família e os nossos olhos brilharam de ver tantos Audi's, tantos Volvo's, um Audi Turbo da Endurance, e uma " jóia " também Endurance, que é um chassis BMW com motor de 5,7 litros de Corvette, que nas palavras do Chico é uma "Carreteira moderna", e por fim, o bem preparado e vitoriosoTubarão : todos estarão alinhados para as 12 Horas no dia 10 de dezembro... imaginem que "corridaça" que será !!!

          Mas o motivo maior desta mensagem foi descobrirmos, entre uma enorme quantidade de maravilhosas fotos que adornam as paredes das oficinas, uma linda poesia aposta sobre um papel já meio amarelecido pelo tempo.

          Qual não foi nossa alegria em saber que o autor é o "velho e bom" Carlinhos Andrade, que ali mesmo nos leu a mesma e contou os fatos que antecederam.

          Obrigado Carlinhos, por ter-nos brindado com esta maravilha, mostrando assim que aquela "ferramenta" que escreve é tão forte quanto as demais que criam obras primas de pista.

          Saúde a todos.

          Roberto Giordani

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Poesia de Carlinhos Andrade, escrita na noite do falecimento de Ayrton Senna da Silva:

O Grande Rodeio Celestial

O locutor tem uma voz angelical,

E chama para o rodeio

A todos os inscritos na ficha dos ginetes

Com suas carretas como uns foguetes,

Mas traiçoeiras, e linhas muito fina,

E de arrancada repentina

Pra dar uma pausa no torneio.

Melenas longas,

Olhos azuis de céu,

Túnica alva como um véu

Onde todo o orgulho se some,

Mãos de bondade o patrão

Tendo Jesus Cristo de nome.

Já estão na sala,

Os outros concorrentes,

Mas falta um que de repente.

Entra na sala ofegante

Pela longa caminhada,

Ele tem a alma lavada

Por ser o maior ídolo da gente.

As carretas do torneio celestial

Não possuem motores,

Mas corações como tambores,

Quem flutua e nada sente,

Quem tem as rédeas e a mente,

Burlar o regulamento não pode.

O que vale é o fio do bigode,

Ele teve um lindo passado,

Mas o que vale é o presente.

Há um alarido na platéia,

Que sentiu um arrepio,

Todo o mundo, ninguém viu.

E eu fiquei pensando em segredo,

Dos pialos que tive medo

De coisas sem importância,

Ao ver o campeão da estância

Tentando se segurar... Mas caiu.

A lei do patrão maior é severa

Ele ficou sem parceria,

E fez tudo o que podia.

Mas ninguém sabe o que espera,

Tendo um castelo ou tapera

Com tantos troféus levantados,

Largou no final da tropa o coitado.

Que nunca foi diferente,

Brigando com o dirigente

Por Ter chegado atrasado.

E deram a largada,

Embaixo de tempo feio

Só existe aula, sem recreio,

De um professor de tourada,

Gineteando daquela maneira,

E os outros comendo poeira.

Sempre um gauderio enfurecido,

Mesmo em condições ou ferido

A torcida sempre com alegria,

Naqueles domingos de magia

Pra não se dar por vencido.

Quando chegam ao final,

Não há champanhe pra comemorar

Só lagrimas a derramar.

No grande premio celestial,

Naquele bonito ritual,

Ginete desde guri

Lembranças guardamos em ti.

Pena que não podemos ver

Como vão acontecer

Tuas novas vitorias daqui.

 Na carreira da vida,

Não tem dinheiro em jogo,

Derrotada ou vencida,

Mas sim triste e querida,

Do ídolo que escolheu

Entre tantos que já viveu,

Pois é muita barbaridade,

Parece que não é verdade

AYRTON SENNA... morreu!