Postagem anterior falava em os Jurássicos se reunirem na pista do Velopark, novamente andarem juntos, emoções de volta à tona.
Tudo isto foi impossibilitado pelo acúmulo de água e umidade em vários pontos do circuito, apesar da tentativa jurássica de andar com seus próprios automóveis, a fim de criar um trilho e ir secando a pista. Mas foi impossivel.
Victor Steyer, sabiamente, embarcou em um Veloce e deu algumas voltas no circuito. Em seu retorno aos boxes, seu veredito foi uma estocada lancinante nos anceios jurássicos: -"Não dá pra andar".
Fernando Esbroglio nos brinda com esta maravilhosa crônica sobre o dia de ontem:
REUNIÃO FESTIVA SEM ANDADA NO VELOPARK
Cheios de expectativas, mas com o coração apertado por causa das chuvas anunciadas, chegamos ao Velopark cedinho. Haveria um brieffing as 9h00 como programou o Zuio, que fez a interface desportiva com o Velopark.
Um dos primeiros a chegar foi o nosso Homem na FIA, Ronaldo Bitencourt trajando sempre suas prendas de grifes automotivas premium. Betho Giordani escoltava o Capo, suas esposas e familiares.
Tudo parecia encaminhado à perfeição e as 10 horas rugiria o primeiro Veloce na pista....
Mas havia um mega evento no kartódromo que absorveu o Jorge F. e ficamos na espera de um sol que não veio. E não se formou o clima do “vamos”... Ninguém bradou: “Gentlemen, start your engines...”.
Mas o que aconteceu foi uma confraternização de almas impregnadas da mesma paixão. Muita conversa, muito carinho de uns com o passado dos outros.
Cada um tinha no seu imaginário seu cenário de glórias que ali se recompunha com os retalhos da memória...
Uns recordavam seus dias glória em viaturas amadas...
Havia boatos da chegada das cheerleaders...hehehehe
Mas a maioria estava “viajando” nas máquinas de seus sonhos....
Estas, já estavam lá, cada uma incorporada, encarnada, num valente e eficiente Veloce... Cada Veloce foi elogiado, acarinhado, examinado e teve seu cockpit experimentado...
.... mas a chuva não parou a ponto de secar a pista. (Nossos Veloce tinham sómente pneus slick ao contrário dos pneus de chuva necessários.).
Daí, ocorreu um momento DKW...como numa onda de perfume do lendário Castrol R40 surge da névoa matinal um impecável Belcar com tudo de bom no seu interior e sob seu capô... Acelerador de “G” que traduz em medida de energia a potência do motor, ligado ao satélite, mede a força de deslocamento do sedan prateado, convertendo tudo em potencia nominal. Um avanço na medição do desenvolvimento de competição. (eu quero um !!!)
No decano motor, modernas janelas com palhetas de fechamento para impedir a perda de mistura como ocorria no passado resulta em mais potencia. Ah.. .se fosse em 1966...
Daí sonhavam seus apaixonados pilotos de outrora como os que estavam ali; Feoli, Giordani, Tchéia, Balder, Petry e os amantes da marca, Leke, Teodoro e o Mago Horst: “Ah...eu com este motor teria vencido lá e acolá...”.
“Será ? Depois de 68 não mesmo...” pensou, mas não falou o Esbroglio na sua incontida predileção pelos motores refrigerados a ar instalados na traseira da viatura, tipo Porsche, sabem como é, né ?.
O imaginário não tem fim e os adeptos da marca das argolas ainda puderam ver, e alguns experimentar, um atualíssimo Audi TT nas mãos do lendário Jan Balder que veio de SP para prestigiar nosso encontro. Trouxe consigo o Christian Iwers, filho do inesquecível Heinz Iwers recentemente transferido para o portal dos imortais. Christian recebeu dos Jurássicos o carinho de uma homenagem póstuma mais tarde, no almoço. "Papa Omeletes" até contou como recebeu este apelido aos 13 anos de idade, integrante da troupe do Mario Cezar de Camargo Filho, que logo após integraria a Equipe Vemag.
Voltando ao tema da programação, a chuva nem chegaria a ser um empecilho, mas era uma tendência.. Ela é um seletor de estilos de pilotagem: uns gostam, outros adoram... Quem não gosta de controlar o four wheel drift, quem não se sente realizado com uma curva escorregada e bem “saída” com a ponta dos dedos no volante e o pé levinho no acelerador para não destracionar ? Mas...vamos aguardar nos boxes. Talvez pare a garoa e seque a pista pois a questão dos slicks é imperativa.
Reuniões com a Comissão Desportiva para avaliar a pista com slicks, e decidem que o Profe. Victor Steyer teste e dê seu veredito. VS sai no Veloce vermelho e marca o tempo de 1,15’6”considerado por todos um temporal, diante das condições “wet”da pista. Todos sabem que o VS faria muito melhor em poucas voltas mas ele nos poupou da humilhação. VS já virou 1,09...
Hhhmmmm...pensou Beto Castro, o pai dos balas. ”...um dos guris esteve aqui...imaginou orgulhoso e num torvelinho de emoção rodou o horizonte como num carrossel. Tontura ? Vertigem ? Nada disso... com dois filhos na pista é de tontear o finance manager de um team tão forte. Haja sede ...
Soldan, sempre que fala me lembra a figura de Deus nos filmes épicos pois sua voz vem “lá de cima”...
WS dos seu 1,99m. garantiu: “... Matheus faria melhor...”
Ninguém entendeu, pois Matheus pode ser o Santo, o Castro, a Padaria (1970), o Stumpf....muitos outros, mas Soldan disse e punto, basta !
Ainda bem que o Victor estava na pista e não ouviu, mas aquele viaduto é testemunha.
Janjão fez ouvidos de mercador mas não esgotava sua tenacidade frente à dor do ciático.
Nosso embaixador na China estava louco de vontade de andar naqueles bolidinhos do Velopark como nos bons tempos...
Vladimir só pensava no livro para autografar por seus amigos, enquanto Menegaz urde o próximo. Depois de Ronaldinho, ele também quer chá na Academia Brasileira de Letras.
Todos aos boxes de volta e chega a notícia vinda do alto comando do Velopark que estava retido no kartódromo:
“Com chuva prefiro que não...”. Alguns, quase choraram... afinal as expectativas eram promissoras e hipotéticos pneus de chuva resolveriam a situação para muitos. Na verdade, com piso úmido ou seco, a responsabilidade e respeito de cada um deveriam presidir a andada. Creio que uma bateria poderia ser formada e pela habilidade dos adeptos teríamos um bom espetáculo.
Como ninguém é louco para contrariar a decisão, assim nos resignamos tranquilamente, e passamos a debater sobre o almoço. Logo o Neni Fornari – assador de primeira – sugeria um local próximo. Soldan foi na frente e como Diretor de Eventos Sociais negociou uma sala privativa.
Lá fomos para um imprevisto e caloroso encontro na Churrascaria 23 (almoço seria no Velopark, mas o evento do kart tomou todos lugares).
O almoço foi um sucesso !
Durante o excelente serviço de todas carnes, saladas e acompanhamentos o clima transcorreu com amizade e calor humano garantindo que...
O almoço foi um sucesso ! Então... nem andamos no Velopark, nem almoçamos no Velopark, mas a festiva foi um SUCESSO demonstrando que sob o comando do Capo nosso grupo é alegre, integrado e interessado na manutenção dos fundamentos da história automobilistica.
VOLTAREMOS !
F.E.
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Mais algumas fotos do dia...
Leia mais relatos no Blog do Sanco ( http://blogdosanco.blogspot.com)
3 comentários:
Parabéns Esbroglio!
Sabíamos da tua linha de fino humor, entretanto, te revelas um execelente cronista com preciosa narrativa dos dia dos Jurássicos no Velopark.
Gostaria que continuasses a enviar crônicas e comentários para saciar nossas vontades de ler o que gostamos, partilhar as boas narrativas e abastecer este blog que é nosso meio de comunicação.
Mais uma vez parabéns, Fernando : juro que não vou pegar no teu pé por causa das azeitérras no mínimo por três dias.
Um grande abraço a todos.
Roberto Giordani.
Faço minhas as palavras do Giordani, menos quanto a não pegar no teu pé por cusa das azeitérras, pois o que vou contar perderia o sentido. Seguinte: Contou , la no Velopark, o alemão-holandiano (como diria o Claudiomiro), Jan Balder, de gratíssima prsença, que um protótipo Heve que ele tinha foi desfeito e que a carroceria que sobrou acabou nas mãos do mago Trevisan , que lhe deu novo chassi, colocando-lhe um motor VW AP em lugar do refrigerado a ar que equipava o referido protótipo na versão original, e na sua narratica histórica concluiu, porque, voces sabem os motores a ar da VW é ligar que começa a botar óleo por todo lado...
A todos os jurássicos digo:
Foi um sabado cheio de energia boa. Apesar de não ter rolado a disputa, foram momentos mágicos entre amigos, rivais de pista, concorrentes mas acima de tudo, amigos queridos. Meu pai, tenho certeza, tem orgulho de ter tido momentos com cada um de voces. E eu estimo a amizade de todos. São a nata da pilotagem, se bem que hoje diria que são o queijo gorgonzola, haha. Um grande abraço.
Christian Iwers
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