CASTIGOS, MÉRITOS E RECOMPENSAS

          Um locutor esportivo gaúcho, mais precisamente Mendes Ribeiro (pai), criou ou copiou, não sei, a lembrada frase "Deus não joga, mas fiscaliza", que serve muito bem para o desfecho final e outras constatações do que foi o Campeonato Mundial de Pilotos da Fórmula 1 e de suas equipes para este ano de 2010.

          Neste disputadíssimo campeonato, as exigências são elevadas aos níveis máximos para pilotos, dirigentes, viaturas e equipes, onde qualquer erro ou vacilo por pequeno que seja pode resultar em fracasso do trabalho de um ano inteiro.

          Já confessei várias vezes minhas simpatias e torcidas pela equipe de Maranello (Viva L'Italia), vibro com suas conquistas mas também me insurjo contra atitudes espúrias e anti esportivas da Ferrari em liderar as ordens de travar o piloto preste a obter vitória para favorecer seu companheiro de equipe; também já manifestei minha opinião de que se julgarem que a vitória da equipe é mais importante que a do piloto, então que se suprima o Campenato de Pilotos e em seu lugar se institua ou priorize o Campeonato Mundial de Equipes ou Campeonato Mundial de Marcas.

          O que vimos nesta disputa de 2010, foram uma sucessão de fatos que nos remetem a lembrar da frase do locutor.

          A primeira grande fiscalizada foi no verdadeiro castigo que a Ferrari e seu piloto Alonso levaram na última prova, disputada no belíssimo e milionário circuito de Abu Dhabi.

          A perda do título de 2008 pelo Felipe e o de 2010 pelo Alonso, é o justo castigo que a Ferrari levou pela sua incompetência e a falta de capacidade esportiva da equipe capitaneada por Dominicalli, o que até o próprio Montezemollo fez público nos sites italianos, em um visível puxão de orelhas em sua equipe.

          Castigo também para Alonso pela sua arrogância com Felipe Massa e falta de desportividade até na perda do título, quando resolveu reclamar de Petrov que não o havia deixado passar, como se o protegido do Putin tivesse a obrigação de fazê-lo; esqueceu o Alonso que os propulsores das RBR são fornecidos pela Renault, a mesma marca da " barquetta" em que Petrov e o Kubica estavam sentados: se o astuariano exigiu facilidades alegando equipe, também deve respeitar as equipes dos outros.

          E pelo que se soube, também foi descortez em não cumprimentar Vettel pela obtenção do título de 2010: falta de espírito esportivo e mal educado mesmo.

          E as recompensas? Diversas, porém vamos ficar somente com as mais importantes:

          A primeira é de se ter a constação que Alonso não é mais absoluto como melhor piloto da F1, pois Vettel no mínimo se equiparou a ele e com certeza pode ainda melhorar.

          Ou a Ferrari, Mac Laren e a Mercedes fazem alguma coisa em suas viaturas ou Vettel emplaca 2011 no mínimo.

          O novo queridinho do povo alemão (Mimoso) "acordou" nas quatro últimas corridas, deixou de ser um guri que andava rápido brincando de corrida de automóvel, para ser um piloto e dos melhores na F1.

          Méritos ao asturiano por ter conseguido chegar a última prova do campeonato sendo o mais indicado a vencê-lo, e com uma viatura como a Ferrari, reconhecidamente uns pontos abaixo da RBR.

          Méritos ao Felipe por voltar de "cano cheio" sem se acovardar depois do seríssimo acidente havido em 2009 na Hungria; a parada de pilotagem fez mal a ele, mas tenho certeza que em 2011 voltará a dar alegrias à torcida brasileira.

          Méritos e muito respeito ao Mark Webber, pela sua determinação numa incansável perseguição ao título maior.

          Para finalizar, mérito e recompensa ao Rubens Baricchello, por não desistir de pilotar na F1 bem como desenvolver com a sua enorme experiência de pista uma Williams que era decadente em termos técnicos.

         

          Desejo a todos confrades jurássicos e amigos do nosso Blog um Natal alegre e na Paz de Deus, bem como um Ano de 2011 repleto de saúde e de realizações.

Roberto Giordani.