Este blog destina-se ao contato entre pilotos da "velha guarda", preparadores e simpatizantes, à publicação do Jurassic News e para troca de comentários e emissão de opiniões pessoais.



















domingo, 19 de dezembro de 2010

JORNADA GRANDIOSA NO VELOPARK (RS)

         

      foto cedida por Blog do Sanco

           Bom dia de domingo caros amigos:

          Acordei cedo com o canto dos sabiás a chamarem a atenção para a fresquinha e agradável manhã da minha cidade de adoção: Gramado (RS).
          Vou ao toalete, miro no espelho que além dos meus poucos cabelos brancos que ainda teimam em cobrir parte do meu "telhado", existe um sorriso maroto de satisfação pela agradável e grandiosa jornada que tivemos, os Jurássicos e alguns familiares, nas dependências do Autódromo Internacional do Velopark no dia de ontem, sábado dia 18.
          Com tanta satisfação, penso eu... "tenho que dividir com meus amigos e confrades o que se passou"; é justamente isto, que agora inicio:

          E o início, parte de um enorme e jurássico agradecimento ao confrade Jorge Fleck, por ter-nos convidado e propiciado uma andada na pista do Velopark e principalmente pela atenção, carinho, desvelo e capacidade profissional com que conduziu a jornada como responsável e eficiente que é na condução de suas responsabilidades; foi magnífico o Jorjão!
          Marcamos para as 9 da matina o início das atividades, e já nesta hora, todos que iriam desempenhar estavam presentes, até mesmo o Trevisan que havia feito os 300 quilômetros que ligam a cidade de Passo Fundo ao Velopark em Nova Santa Rita... "véio acorda cedo"!
          Além do Castrinho, Professor Cláudio Mueller, Chico Feoli, Trevisan, "babysauro Sanco", Zuio, Nico Monteiro e eu, Adriano, genro do Nico e Adriana, minha filha, completaram o grid, que ficaria melhor ainda se pudéssemos colocar na pista o Ronaldo, o Raymundo e seu irmão Geraldo, que se fizeram presentes ao Velopark enriquecendo a companhia com as suas presenças: obrigado por nos apoiarem, caros amigos.
          Entre sorrisos e abraços, fomos recebidos pelo Jorjão e sua equipe: estes últimos, a seguir foram abrindo os portões dos boxes e de lá, com brilho nos olhos vimos surgir e serem alinhados no pit lane os coloridos, rápidos, bem preparados e simpáticos Veloce, viaturas que muito se assemelhariam com monopostos se carenados não fossem; são motores e câmbio Fiat de 1.4 cc com 110 HP dotados de moderna injeção e amortecedores, gomas slick diagonais, e peso total que avalio ficar abaixo dos 500 quilos, o que confere uma ótima relação peso/potência com desempenho de uma verdadeira viatura de competição.
          O piloto fica sentado em posição central da viatura e quase no assoalho, como de um monoposto, baixando e facilitando o centro de gravidade, bem como a distribuição lateral do peso.
          Logo a seguir, foram distribuídas as vestimentas apropriadas e os capacetes, e lá fomos nós, já concentrados, para o briefing do Jorjão, que descreveu as características do Veloce, seus equipamentos e comportamento na pista, recomendando que não houvessem exageros ou disputas mais acirradas, mesmo porque haviam dois novatos em pista; como era de se esperar, a competição foi contra o relógio e não entre nós.
          Antes de pedir permissão para descrever o que ocorreu comigo, irei falar um pouco da pista:
          A pista é formada por duas retas paralelas, com dois miolos (serpenteados) muito árduos de serem feitos, situados a cada extremidade das retas; a pista é bem larga em sua totalidade, com áreas de escape que permitem o piloto em caso de escapar da pista, ter espaço para não bater nas latas; por configuração, a curva em acentuado cotovelo que dá acesso a reta principal, parece ser estreita porque o traçado da mesma força a diminuição dos espaços, mas ela tem boa área;
          Então, inicia-se a volta pela entrada da reta principal (dos Boxes) e despejando toda a cavalaria nas marchas que se empilham rapidamente levando a viatura a uma velocidade final apreciável que pode beirar os 180 Km/h nos Veloce.
          Entre os 150 e 100 metros do final da reta, dependendo da habilidade e coragem de quem conduz, é dado "um refresco" na aceleração e troca de uma marcha, para cima, mas logo o da direita volta a apertar pois começa o primeiro miolo com uma leve curva a direita seguida de um leve movimento de direção tangenciando a lavadeira da esquerda.
          Deste ponto a pista alarga "pácas" e vai-se ainda a direita em direção ao tangenciamento da entrada da mais difícil curva do circuito, que tem um ângulo fechadíssimo à esquerda que remete a viatura para fora (direita) e ao encontro de uma linha reta e alta de lavadeiras, capazes de arrancar o fundo de uma viatura se for abordada em ângulo desfavorável; é difícil.
          Na verdade, esta angulação forçada à esquerda visa desviar de um enorme muro que sustenta a passarela que é transpassada por baixo já iniciando um S rápido com a primeira perna a esquerda, logo a seguir perna à direita, um pequeno espaço e curva à esquerda dando entrada à segunda reta (atrás dos boxes) que conduz ao segundo miolo que termina pelo cotovelo que dá entrada à reta principal.
          Freada mais forte um pouco ao final desta 2ª reta e duas marchas para cima e direção à esquerda.
          Inicia-se um "S" acentuado (onde alguns rodaram), uma curta reta e logo vem uma tomada meio sobrelevada de uma curva em cotovelo à esquerda, que dá acesso à reta principal, e começa tudo de novo.
          Agora peço permissão para falar de minha atuação, como fizemos na andada em Tarumã, não sem antes, relatar os ótimos desempenhos do Castrinho que além de ser bom de pilotagem, ainda está atuante; Professor Cláudio Mueller que apesar de estar fora das pistas há alguns anos, mostrou que nada esqueceu do muito que sabe; o competente e rápido Chico Feoli, mais uma vez repetiu sua boa fase de pilotagem e ficou na peleia dos que andavam na ponta; agradável de se ver a forte tocada do Trevisan, oriundo da Classic; duas gratas surpresas foi ver as atuações do "babysauro" Sanco e do Zuio, pois nunca os havia visto pilotarem, demonstraram muita eficiência e capacidade; Nico Monteiro, melhorando uma barbaridade da vez que pilotamos os Volvo em Tarumã; Adriano, o genro do Nico que nunca havia pilotado alguma coisa tão forte na vida, sentou e lascou o pau no Veloce, mostrando que tem futuro; Adriana, minha filha que sei saber que pilota bem no meio civil, estava muito preocupada em não atrapalhar os demais e com isto caiu um pouco seu rendimento, mas afirmou ter-se divertido bastante e ter ganho pontos em atenção, reflexos e condução de viaturas rápidas.
          E eu? Agora chegou a minha vez de relatar :
          Inicio pelo velho problema que o meu corpanzil determina em acessar (o que não seria difícil) e sair das viaturas; já imaginaram eu ficar entalado no Veloce? Teriam que arrancar a carenagem superior, ou eu teria que ir embora com o Veloce e daqui muitos anos (tomara que assim seja) serviria de sarcófago, o que não seria má idéia...(sorrisos...)
          Então, dentro de sua eficiência germânica, surge o Jorjão e diz: "Aguarda um momento que tenho uma surpresa".
          Ouço um forte ruído de escapamento, indicando que vinha de um motor muito brabo; logo a seguir surge o eficiente Vilmar trazendo o que? Uma coisa preta brabíssima de um GOL VW com motor de 2 litros, 16 válvulas, beirando talvez os 190 HP, girando 6900 RPM para troca de marchas e ainda, pneus slick, que fizeram eu tremer de emoção e até mesmo um pouco preocupado, pois sei não estar mais acostumado pilotar um "furioso" daqueles, mas não arrepiei, pedi instruções ao Professor Fleck, que me levou no lugar do carona por duas voltas para mostrar como deveria ser conduzido.
          Só para começar: o motor só limpava depois dos 4 mil giros e dava um pataço para frente...
          Já imaginaram se o Esbroglio estivesse presente no Velopark, vendo eu assumir a pilotagem de VW Gol? Iria sorrir sarcasticamente e me fotografar de todos ângulos possíveis e certamente enviaria as imagens para a Agência Reuters de notícias com títulos garrafais de "Até que enfim, o fumacento Giordani aderiu".
          Não aderi, e verão no decorrer da narração que fui salvo pelos deuses dos 2T.
          Havia combinado com o Adriano e a Adriana que deixaria o pessoal mais antigo irem a frente e eu ficaria na frente deles indicando o traçado até se acostumarem com ele, e para falar a verdade, eu também me acostumar com o brabão.
          Entramos na pista liderados pelo Fleck que mostrou o traçado ideal por duas voltas e depois deu-nos a bandeirada: a turma da frente se mandou e eu permaneci na frente dos novatos por umas duas ou três voltas, findas quais vi que não era mais necessário e também tratei de me mandar.
          Quando baixei o sarrafo no Gol logo na entrada da reta principal, dentro da minha capacidade, aquela "coisa preta" bufou, largou fumaça pelas ventas como touro brabo, sacolejou os quartos e se mandou pela reta como um míssil.
          O sonido do escapamento era tão forte, que apesar dos tampa ouvidos que o Fleck me disponibilizou, fiquei com a audição temporariamente comprometida: eu já sou meio surdo causado pelos ruídos híper altos dos decibéis dos tempos dos DKW.
          Logo me veio a mente uma verdade: preciso treinar pelo menos um ano em viaturas desta natureza para me acostumar com as reações e poder tirar delas o máximo possível para a minha capacidade.
          Na troca das marchas, notei que a 6000 RPM ele cortava ou rateava, o que me levou a julgar que o Fleck havia limitado o giro dentro daquela grandeza para que não corresse risco de exageros: assim mesmo estava de bom tamanho.
          Varei a reta principal com uma velocidade que fazia ficar  "mais alegre do que guri de bombacha nova": na tabuleta dos 150 metros dei refresco na aceleração, deixei rolar um pouquinho e encostei a quarta marcha, dei gasolina e iniciei a viragem para à direita: foi rápida e sem problemas a passagem pela entrada do miolo; logo tratei de encostar no cone de sinalização da tomada à direita da curva da passarela, tudo em quarta marcha.
          E aí quando girei à esquerda, arrumei uma encrenca na tal de curva em ângulo fechado que antecede a passagem pela passarela; errei tudo, via as enormes lavadeiras chegando e eu esterçando à esquerda com todas forças para não atacá-las, o que consegui com a perda de giros preciosos .... pensei comigo: " putzzz..... já arrumei outra desafeta como a curva do Tala em Tarumã", e até o final das voltas, não fiz uma que realmente me agradasse.
          Como o propulsor é forte e recupera fácil, acelerei em direção da curva cega que leva a um "S" gostoso de fazer e entrar na reta oposta com a quarta marcha crescendo e a quinta atingindo uma velocidade muito faceira.
          Ao final da reta, duas trocas de marcha e o miolo é feito na terceira marcha tendo que dosar a aceleração para não sair de frente, pois a potência era demais: termino o "S" acentuado, faço a retinha ainda em terceira, encosto bem à direita para a tomada do cotovelo que antecede a reta principal, dosando o acelerador para usá-lo a pleno quando a tração dianteira alinhou seu norte.
          Completei assim a primeira volta, mas o tempo não agradou; os pneus estavam aquecidos, o carro era colado no chão, o que era fácil deduzir os meus erros.
          Novamente cruzei a reta principal com o pensamento fixo me concentrando em não errar a curva desafeta: não deu outra; errei novamente e desta vez mais feio que a primeira, pois próximo das lavadeiras optei por passar de través por cima delas, do que acertá-las de lado e arrancar o fundo da barata.
          Fiquei "P... da cara" comigo mesmo, mas voltei a repetir que não erraria novamente.
          Completei aquela volta e pouco estava dando bola que o Esbroglio me gozasse por estar pilotando um fusqueta: o que eu queria era mostrar para mim mesmo que ainda podia dominar uma máquina potente.
          E aí, no momento que entrava na reta principal pela quinta vez, embora eu não querendo, os " deuses fumacentos dos 2T" vieram e apagaram um dos quatro cilindros daquela usina que eu estava pilotando; ironicamente, me deixaram o Gol falhando nos mesmos 3 cilindros que os velhos DKW's tinham.
          O giro caiu para menos de 5000 RPM e por conseqüência a potência foi para o saco: fui aos boxes onde o Vilmar me pediu que voltasse a pista para observar a falha: fiz e a falha estava ali e cada vez pior.
          Entrei novamente nos boxes, com o Vilmar tentando fazer alguma coisa.
          Não deu certo, mas tive um consolo: mesmo com a falha, melhorei muito o contorno da minha desafeta e fiz a minha melhor volta das apenas doze que pude dar em seu total: o tempo cronometrado de 1'21" sei que não é nem perto daquele que a viatura pode fazer, mas compensou o esforço.
          Voltei aos boxes: o dia estava tremendamente quente, fazendo lembrar as temperaturas que enfrento no Pantanal quando por lá vou pescar.
          Dentro das viaturas a temperatura certamente atingiu mais de 50 graus: desafivelo o cinto, apeio daquela gostosa viatura e vejo que os efeitos do calor foram muito sentidos por alguns dos pilotos até mais jovens por desidratação, hipoglicemia ou queda de pressão: fico feliz comigo mesmo, pois apesar de não estar inteiraço, senti muito pouco aqueles efeitos e isto devo ao trabalho realizado comigo pelo Professor Cesar, professor, preparador e orientador que está me recuperando as minhas "cácas físicas" e de um tremendo acidente ocorrido no início de 2009, conseguindo inclusive um inusitado retorno de massa muscular em um corpo algo obeso e experiente de 73 anos como o meu: recomendo aos meus amigos, que tenham o mesmo procedimento; faz muito bem.
          O momento divertido do dia foi quando desci do Gol que vibrava e sacolejava tanto, que até as minhas cuecas tiveram que serem postas de volta no lugar.
          Depois da andada, trocamos idéias, conversamos animadamente a respeito do que tínhamos praticado.
          Para finalizar a jornada, a convite do Velopark, fomos a churrascaria do mesmo, local agradabilíssimo, bonito, regiamente servido que só vem a confirmar a excelência da prática esportiva e social do Velopark.
          É desejo nosso que o confrade Fleck leve em nosso nome os agradecimentos à direção do Velopark por ter nos recebido e acolhidos com tanta atenção.
          Aí está a minha descrição, e gostaria que os demais confrades também dessem suas descrições, que são peças muito preciosas para serem postas no nosso blog.
          Tenho a mais absoluta certeza que estamos no rumo certo para nossa Confraria, em poder propiciar momentos felizes a tantos quantos possam desfrutar de nossas atividades.
          Tenham todos, uma próxima semana, aquela que antecede a data do nascimento do Deus menino, muito feliz, com muita saúde e paz.

          FELIZ NATAL!!!
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      foto cedida por Blog do Sanco



      foto cedida por Blog do Sanco



















A SEGUIR, FOTOS DE ANDRE KOTOMAN, FOTÓGRAFO, COM DOMICILÍO E TRABALHO EM CANOAS - RS. TELEFONE DE CONTATO: (51) 8428.8023

O "Veloce" colorado pronto para andar...

 Claudio "Professor" Muller explicando a saída de traseira que habilmente conseguiu corrigir...

 Satisfação de nosso amigo Fleck com a alegria dos Jurássicos.

 Hora do "briefing"... atenção e concentração

 Os velozes Jurássicos se encaminhando aos seus "Veloces"...

 Leandro "babyssauro" Sanco adaptando-se ao "Veloce"...

 O Grande Castrinho...

 Veloce tricolor pronto para levantar vôo...

 O Leopoldense Jurássico Zuio se equipando...

 Agora já pronto para esmirilhar o carrinho...

 Presença feminina nos "Veloce" foi saudada...

 Programa "Curva do S" junto ao Trevisan...

 Jurássico Giordani foi num Gol com 190 HP de emoção...







 Encontro de "Professores"... Müller e Fleck

 Este Jurássico não parece contente com o histórico de sua performance...